Os livros são fragmentos de existência.
São inteiros resistência.
As linhas são vestígios de suor, marcas de barbeador, traços de batom.
Expressam saudades, dores, alegrias, amor e ódio.
Os livros são
Conexões neurais,
Xícaras de café,
Goles de água,
De álcool, de chá.
As páginas são portas e janelas.
As palavras são molhadas de sonhos, pesadelos, pensamentos, raiva, indecisão, íntegras e soltas.
Surgem da música que toca na vitrola, no rádio, no celular, no aplicativo.
Sobrevém do grito do vendedor, do latido do cão de rua, do menino em súplica à mãe.
Do beijo amado, do esfregar de mãos, do varrer da calçada, da carne nua e do corpo cru.
As palavras de um livro sobreviveram ao caos. Inebriadas de paz, do medo, da inspiração, da doçura e da transpiração, do caos e da esperança. Ao mesmo tempo, elas são milagres e infortúnio.
Os livros são muitas gentes e milhares de gestos.